“Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares.”Trecho do livro “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa
Criado em 2003 como forma alternativa de oferecer gratuitamente cinema de qualidade ao público, o Cinema Comentado Cineclube já passou por vários lugares. Começou com sessões na Câmara Municipal de Montes Claros, foi para a Sala Geraldo Freire (anexa à antiga Câmara) e fez até parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc) durante certo tempo. Agora as sessões do Cinema Comentado acontecem na sala de audiovisual do Centro Cultural Hermes de Paula.
Antes semanalmente e realizado aos sábados, o Cineclube atualmente passa por uma reformulação e será quinzenalmente promovido às sextas. Na última sexta-feira deste mês, dia 30, a partir das 19h, o Cinema Comentado Cineclube exibirá o filme “O ano em que os meus pais saíram de férias”, dirigido por Cao Hamburger e lançado nacionalmente em 2006 com participações dos atores Paulo Autran e Caio Blat, dentre outros. O longa-metragem de uma hora e 43 minutos conta a história de um pré-adolescente que conviverá um período com o seu avô paterno, enquanto os seus pais tiram férias em plena Copa do Mundo de 1970. O garoto se muda de Belo Horizonte para São Paulo, em um bairro onde viviam judeus e italianos.
Em 13/09, o Cinema Comentado Cineclube destaca “A outra história americana”, de 1998, com direção de Tony Kaye e atuação de Edward Norton, indicado ao Oscar de melhor ator. “Forte e impactante, o filme de Tony Kaye – que praticamente recusou-se a assinar o filme depois de uma rusga bastante grave com o ator central – é, acima de tudo, um entretenimento que faz pensar e levanta discussões que vão muito mais além do que o tradicional bate-papo em mesas de bares. É pouco provável que seus espectadores consigam esquecer facilmente tudo que o filme transmite, seja através de cenas de grande impacto visual, seja por diálogos que – surpreendentemente em se tratando de um trabalho de cunho tão social – tocam em feridas e pensamentos que muita gente prefere esconder atrás de piadas ou apatia”, é um trecho do comentário do blog “Um filme por dia” a respeito do longa-metragem.
No dia 27/09 é a vez do filme “Fahrenheit 451”, dirigido por François Truffaut em 1966. A expressão significa “grau de destruição” e é uma adaptação do livro romântico de mesmo nome de Ray Bradbury. A trilha sonora é de Bernard Herrmann, compositor favorito de Alfred Hitchcock. Os livros e todo tipo de escrita estão proibidos na sociedade. Quem for pego apreciando leituras é logo condenado e suas obras queimadas. Mas há resistências, como em toda forma de sociedade.
As sessões do Cinema Comentado Cineclube acontecem na sala de audiovisual do Centro Cultural Hermes de Paula, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, sempre às 19h. A entrada é gratuita e aberta aos interessados em discussões sobre a sétima arte.
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