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NOITES DO SERTÃO – 22/08 – 19h

No sábado (22/08), o Cinema Comentado Cineclube apresenta NOITES DO SERTÃO (1984). Dirigido por Carlos Alberto Prates Correia, é a adaptação cinematográfica da obra mais sensual de Guimarães Rosa. Nos anos 1950, ao ser abandonada pelo marido, Lalinha é convidada pelo sogro, um fazendeiro do sertão mineiro, a viver em sua Fazenda Buriti Bom. Ali, ela descobre um mundo novo, torna-se grande amiga das cunhadas e, aos poucos, vai conhecendo as pessoas do lugar. A sua presença catalisa uma série de acontecimentos e envolvimentos afetivos.

O montes-clarense Carlos Alberto Prates Correia é um cineasta muito bem sucedido em termos de aceitação crítica de seus filmes. Em 1975, seu segundo longa-metragem, “Perdida”, ganhou o Coruja de Ouro como melhor filme e, ainda, o troféu de melhor trilha sonora para Tavinho Moura. “Cabaret Mineiro”, levado ao Festival de Gramado em 1981, arrebatou os principais prêmios: filme, direção, ator, atriz coadjuvante, fotografia, montagem e mais um Kikito para Tavinho Moura – pela trilha sonora. Em Brasília, no mesmo ano, ganhou os prêmios de fotografia e música.

Em 1984, novamente em Gramado, NOITES DO SERTÃO também entusiasmou o público, crítica e jurados: prêmio de melhor atriz (Déborah Bloch), atriz coadjuvante (Maria Silvia), fotografia, trilha sonora e música original (Tavinho Moura), montagem, som, figurino e cenografia, além de um Prêmio Especial de Qualidade Técnica e Artística. Levado ao festival de Cartagena, valeu a Déborah Bloch o prêmio de melhor atriz e a Tadeu Ribeiro novo troféu pela fotografia. Em 2008, “Castelar e Nelson Dantas no País dos Generais” ganhou o Kikito de melhor filme e de montagem.

Partindo do conto “Buriti”, Prates fez um filme com imensa beleza, analisando os sentimentos de personagens marcados por uma riqueza emocional e psicológica. Geraldo Mayrink, na revista Filme & Cultura, afirmou com entusiasmo: “Há um novo sertão no cinema brasileiro. Sem retirantes místicos nem líderes messiânicos, sem latifundiários exploradores nem macacos da polícia mantendo a velha ordem a pau e fogo, é um sertão com data – anos 50 – e endereço conhecido – o Norte de Minas, conforme consta na certidão de nascimento expedida pelo seu criador, João Guimarães Rosa. Saindo de trem, de Belo Horizonte, chega-se até lá”.

Para Mayrink, Carlos Alberto fez a viagem e introduziu no sertão brasileiro uma nova dimensão: o mistério. “Neste filme de tensões sutis, de acabamento soberbo e de uma clareza poética (que só tem eco no cinema brasileiro recente em ‘Inocência’, de Walter Lima Jr.), a natureza é soberana. Sol, lua, vegetação, bichos noturnos, riachos são mais que moldura para personagens problemáticos e despidos de qualquer ligação com o ‘real’ imediato. Neste sentido, a história da amizade que se conta entre Lalinha e Glória é exemplar. Também aqui os sonhos e os desejos de cada um se expressam por palavras e gestos”, conclui o crítico.

Com narrativa envolvente e precisa, o filme apresenta um elenco excelente com Déborah Bloch, Cristina Aché, Tony Ramos, Carlos Kroeber, Maria Silvia e, em participação especial, Milton Nascimento. A melhor adaptação cinematográfica de um texto de Guimarães Rosa (para muitos críticos), NOITES DO SERTÃO afirma-se, ao longo dos anos, como um belo filme que merece ser visto por todos. Classificação etária do programa: 16 anosDuração: 100 min.

A exibição dos filmes do Cinema Comentado Cineclube acontece aos sábados, na sala Geraldo Freire, a partir das 19h. Vale lembrar que a entrada é gratuita e aberta para toda a comunidade interessada em cinema e debates sobre a sétima arte.

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