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  • Foto do escritorCinema Comentado Cineclube

Mostra Alfredo Sternheim: Cineclube e Curta Circuito realizam sessão dupla

Na sexta (23/6) e sábado (24/6) o Cinema Comentado Cineclube, em parceria com o Curta Circuito, exibe dois filmes do jornalista, escritor e cineasta Alfredo Sternheim.

Em PUREZA PROIBIDA (1974), que será exibido na sexta-feira, os montes-clarenses acompanharão a história de Lúcia, criada num convento por freiras que a acolheram quando ainda era bebê. Quando muda para outro convento, perto de uma ilha de pescadores, e se apaixona por Chico, um negro da Umbanda, cenas de amor, ciúmes e violência passam a fazer parte de sua vida.

Já no sábado é a vez do longa CORPO DEVASSO (1980). Na trama, Beto, um trabalhador rural, é obrigado a fugir do interior após se envolver com a filha do patrão. Na cidade grande, envolve-se com várias mulheres, e acaba caindo na prostituição. De acordo com a cineasta e jornalista Lufe Steffen, “as cenas de sexo, pontuadas por trilhas sonoras clássicas, pseudochiques ou jocosas, avançam mais um pouco no cinema erótico que se fazia no Brasil de então”, diz. Ambos filmes possuem censura de 18 anos.

Boca do Lixo

Sternheim é um dos diretores de destaque associados ao Cinema da “Boca do Lixo”. O termo é referente à região do bairro da Luz, Na cidade de São Paulo, onde, a partir da década de 1950, a prostituição e a criminalidade passaram a coexistir com o polo cinematográfico que existia ali desde os anos 1920.

Na década de 1970, o Cinema da Boca do Lixo era responsável por cerca da metade da produção cinematográfica do país. O sexo e a violência eram formas tanto de se posicionar contra o conservadorismo e a repressão, quanto de ganhar dinheiro, já que o público era grande, e alguns filmes chegavam a ficar meses em cartaz.

Para o crítico, professor e pesquisador de cinema Fernando Oriente, “o cinema de Alfredo Sternheim é libertário, sem nunca ser ingênuo, panfletário ou maniqueísta. O diretor sabe o quanto a força dos sistemas de poder é muito mais potente que desejos, subjetividades, ideais e pulsões. Mas isso não impede seus personagens de caminharem sempre numa jornada de libertação, que por muitas vezes é aniquilada por completo, mas, no caso de alguns de seus melhores filmes, levam seus tipos a diversas formas de liberação, por mais que esse processo seja marcado por perdas, dores e sofrimentos”, afirma.

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